sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Intervenção PAEL 20-12-2012


Orgulho foi a palavra mais repetida pelo PSD na última assembleia, mas orgulho de quê, dos próximos 20 anos seguirem a tendência negativa de desenvolvimento do município?
orgulho de nos próximos 20 anos os munícipes do concelho da nazaré serem obrigados a pagar os desvarios autárquicos desta força politica?
orgulho de deixarem os próximos 5 executivos sem qualquer margem de manobra?
orgulho de termos uma divida inversamente proporcional ao tamanho, deixando-nos à mercê de uma qualquer reorganização administrativa centralista?
orgulho de termos desperdiçado recursos numa onda eleitoralista e populista?
orgulho em quê afinal?

Nestes 20 anos foi criado um buraco tão grande, que além de ser difícil de tapar vão lá caber todos os nazarenos, e terá de sair um quase milagre para conseguir ultrapassar esta situação, e milagre maior será conseguir implantar esta proposta que nos é apresentada.

A vida das pessoas não se expressa numa folha de Excel, caso assim fosse as medidas que foram implantadas de aumento de impostos funcionariam num aumento da receita necessária para conseguirmos pagar o que devemos.

Quem verificou anteriormente que essa receita não servia para os países, também deve saber que não vai funcionar para as autarquias, e andar com uma calculadora na mão nesta altura é como que dizer depois de casa roubada trancas à porta.

Os pressupostos deste mandato impunham ao executivo o cumprimento de promessas e metas, que se avizinhavam em conjuntura favorável no mínimo líricos, ninguém desta bancada exigiu esse cumprimento, até porque sabemos bem das dificuldades causadas pela crise que nos assola.

No entanto não fomos nós que prometemos aos nossos munícipes o céu, e lhes damos o inferno com a imagem de ser o purgatório.

Dos 13000 empregos prometidos, passamos à condição de fim de contratos de trabalho para muitos na câmara, renovados na nazaré qualifica, e o adeus  final depois deste mandato.

Além de muitos ficarem sem o respectivo rendimento, ainda lhes vamos impor, mais impostos, mais taxas e preços.

Esta é a politica que afunda a Europa de Durão Barroso e o município da Nazaré de Jorge Barroso, as semelhanças são mais que muitas e nem um periscópio de submarino nos poderá fazer ver alguma luz ao fundo do túnel.

 

Daqui a 7316 dias será o dia 31 de Dezembro de 2032, poderá ser marcado com pompa e circunstância o réveillon desse ano, vencerá a última prestação do PAEL, ai nessa altura poderá ser dito aos nazarenos que no dia 20-12-2012 em assembleia municipal foi entregue o controle dos destinos do município a uma folha de cálculo, e que depois de se comprovar que as contas não bateram certo, teve de se vender a maioria do património, a média de idades e a população activa do concelho são inversamente proporcionais, mas os nazarenos sempre voltam à sua terra, pois esta os faz lembrar o século anterior. 

O maior dos optimistas acredita neste momento que poderá haver desenvolvimento nas próximas décadas com o cenário que hoje leva a última pincelada, este retrato tem muitas assinaturas mas obviamente uma numa letra mais carregada. Como carregado vai ser o fardo de ter de pagar, e pagar com juros os erros que fizeram chegar a este tsunami, que agora depois de muito devastar, tem uma tentativa de travado em grandes ondas mensais que podem ser igualmente destruidoras, para o município e seus munícipes.

Que se prevê nos próximos anos que numa economia global completamente congelada, pode haver algum tipo de investimento, com os valores de amortização da divida contratados e no cenário traçado:

- quantas pessoas se vão manter na Nazaré, com municípios vizinhos com menor nível de impostos e taxas?

- quantas empresas vão sobreviver, quando deixam de ter qualquer beneficio em pagar impostos por cá?

- quantas empresas vão investir, com o futuro cenário fiscal?

- quanto tempo poderá o município resistir se as previsões não se verificarem, e não puder cumprir os compromissos mínimos?    

Ao aprovar este PAEL é necessário efectuar um apelo ao executivo, esse apelo de contenção porque numa altura em que podem chegar milhões aos cofres no sentido de liquidar as dividas acumuladas, poderá significar tirar os últimos tostões aos seus munícipes.
É necessário que neste ano que se aproxima, e que é o último ano deste mandato, não haja o habitual circo eleitoral, os nazarenos precisam de se unir para ultrapassar esta crise, e para isso precisam de perceber que os seus políticos os defendem, numa filosofia de igualdade e solidariedade, chega de prometer empregos. chega de fazer os nazarenos pagar facturas eleitorais, chega de iludir este povo que se habituou a enfrentar o mar com toda a sua coragem e abnegação.
Chega

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